Sou um mabembe da Londres do século XIX, paradoxalmente transgressor como Niemeyer, andando ao som de uma rabeca sertaneja parisiense, com um ar de fotógrafo pós-moderno, que se comporta como a torre de Piza.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Último ato

Fecham-se as cortinas, a platéia se cala.
Sai de cena o poeta junto à prepotência,
E vai sua poesia enroscada na demência.
Entra em cena o doente, a dor propala:

Mesmo que meu corpo ao bolor se curve,
Que o canto esvaia abafado e incorreto
E o rebento perante o amor se turve,
Quero que seja o último ato, o ato certo.

Que eu me mate num gesto de estrelismo.
Mas antes do verme debicar o agre gosto
E a vida finar-se em seu singular mutismo,

Que seja da eternidade o último abraço,
Uma lágrima sincera caia-me sobre o rosto
E meus versos cruzem o tempo-espaço.

5 comentários:

Flávia Valente disse...

Adorei este!

Flávia Valente disse...

mas detestei o verme!!!!!!!!!!!!!

Iriene Borges disse...

Esse é especial!!!!!!!

Dri disse...

Palmas!

Um Q de Augusto dos Anjos, um pouco mais lírico...

Anônimo disse...

Adorei! parabéns!