Fecham-se as cortinas, a platéia se cala.
Sai de cena o poeta junto à prepotência,
E vai sua poesia enroscada na demência.
Entra em cena o doente, a dor propala:
Mesmo que meu corpo ao bolor se curve,
Que o canto esvaia abafado e incorreto
E o rebento perante o amor se turve,
Quero que seja o último ato, o ato certo.
Que eu me mate num gesto de estrelismo.
Mas antes do verme debicar o agre gosto
E a vida finar-se em seu singular mutismo,
Que seja da eternidade o último abraço,
Uma lágrima sincera caia-me sobre o rosto
E meus versos cruzem o tempo-espaço.
Sou um mabembe da Londres do século XIX, paradoxalmente transgressor como Niemeyer, andando ao som de uma rabeca sertaneja parisiense, com um ar de fotógrafo pós-moderno, que se comporta como a torre de Piza.
5 comentários:
Adorei este!
mas detestei o verme!!!!!!!!!!!!!
Esse é especial!!!!!!!
Palmas!
Um Q de Augusto dos Anjos, um pouco mais lírico...
Adorei! parabéns!
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